É preciso descer!

Quantas vezes chorei, quantas vezes me feri, me machuquei. Quantas vezes voltei arrependida por ter me deixado levar pelo mundo...
Nessas idas e vindas ao longo de 13 anos de caminhada com Cristo percebi que não existe outro lugar pra mim senão aos pés do Mestre.
Descer geralmente é difícil, pois pra descer eu preciso  perder algumas coisas, o orgulho ou a vaidade, por exemplo. Descer significa em alguns momentos reconhecer que errou, que pecou. Descer significa em alguns momentos assumir a fragilidade ou a inconstância de um coração que um dia se decidiu por Deus, mas que muitas vezes não sabe ou não consegue ser fiel.
Deus ordenou a Naamã a descer naquele rio por sete vezes para que ficasse curado e foi exatamente aquele ato tão simples e até humilhante que o salvou.
Jesus decidiu descer e como servo lavar os pés dos seus discípulos só pra nos dizer que só sabe levantar aquele que um dia já soube descer.
Aos pés de Jesus encontramos todo consolo, todo amor, toda paz.
Está aos seus pés é escolher como Maria a melhor parte que não nos será tirada.
Mas sobretudo está aos seus pés é decidir ir aonde Ele nos mandar ainda que seja até ao Calvário para compartilhar de sua Cruz.
Nas lágrimas, nas alegrias, nas angústias e nas vitória busquemos está aos pés do Mestre que nos conduz e caminha conosco.

E pra encerrar apenas um conselho: NÃO TENHA MEDO DE DESCER!

Filho de Davi

Foram muitos os que seguiram Jesus, muitos que O buscaram, Ele estavam sempre rodeado por muitas pessoas, eles queriam ouvi a sua voz ou queriam apenas um toque da sua mão ou mesmo um toque nas suas vestes.

Jesus, enquanto vivia na terra como homem e também como Deus, sempre encontrava alguém que lhe pedia curas, milagres, bençãos e no meio desses haviam aqueles que apenas queriam ouvir a sua voz, olhar nos seus olhos, sentir a sua presença. A verdade é que aquele homem de Belém fascinava as pessoas. Talvez tenha sido o seu olhar, não sei bem ao certo, mas as pessoas eram atraídas por Ele.

Foi assim com Pedro que na transfiguração envolto naquela paz e naquele olhar não queria descer o Tabor, mas queria permanecer naquele momento de amor entre o Pai e o Filho.

Foi assim com Zaqueu que de cima daquela árvore, ao avistá-lo sentiu a sua vida mudar.

Foi assim com Bartimeu que reconheceu em Jesus a plena santidade quando de longe gritava "Filho de Davi".

E o que dizer de Madalena? Mulher que viu nascer nos olhos do Mestre um novo caminho, uma nova estrada. 

Jesus ainda hoje nos atraí. E dentro de nós há uma profunda necessidade dEle que nada e nem ninguém pode suprir. Mas a escolha é nossa! EU preciso gritar "Filho de Davi", NINGUÉM pode gritar por mim. 

#PenseNisso!

Naquele corredor

Do lado de fora uma frase que não sai do meu pensamento:

"Não se ver nada, não se escuta nada e, no entanto o silêncio alguma coisa irradia".

É uma frase de Saint-Exupéry, autor da obra "O Pequeno Príncipe", da qual gosto muito. Ao lado uma grande imagem dos dois pobrezinhos de Assis.

Fui ansiosa, com passos apressados e com o coração acelerado, mas tão logo entrei naquele corredor e tudo silenciou em mim. 

A ansiedade deu lugar a paz, a calmaria, ao silêncio. E era tudo tão lindo, tão simples, tão singelo.

Já havia estado ali outra vez, mas desta vez foi diferente, eu estava decidida...

Com passos firmes fui andando por aquele corredor e a cada passo vi crescer uma força e uma coragem que não eram minha, não poderiam ser minha, mas emanava da minha alma, ou melhor, daquele que habita nela.

Eu precisava dá passos e esse era o dia. Naquele corredor os passos eram de alguém que sabia que tinha finalmente encontrado a sua casa.

Me encontro em cada canto daquele lugar tão simples, contrastando com toda a minha vida agitada e vaidosa.

Me encontro naquele corredor de pedras rústicas que quebram todo o meu orgulho e arrogância.

Me encontro naquele olhar que me acolheu com tamanha singeleza, olhar de quem decidiu viver pelo amado e é feliz nessa prisão.

Me encontro naqueles lábios que beijou minhas mãos como se eu merecesse tamanha honra.

Me encontro naqueles rostos que esbouçam sorrisos de uma alma feliz.

E naquela solidão daquele corredor e daquelas grades encontro a companhia do Meu Amado.

Naquele corredor vivi o momento mais lindo da minha vida! Obrigado Meu Amado!

Saudades do céu…

O meu coração não cabe em mim
Vai mais longe, vai procurar outro lugar
Além do que posso ver, tocar
Foi feito pra ir bem mais além
Além do que posso compreender
Transcende o que sou, na rota do eterno quer seguir

Não posso negar
O meu coração tem saudades do céu
Do brilho que nasce dos olhos de Deus
Lareiras de amor que aquecem meu ser

Deseja voltar
Entrar nas varandas do santo lugar
Nos braços de Deus ver nascer as manhãs
Ouvir seus segredos sem nada dizer

Mas sabe esperar
E busca fazer este céu ser aqui
Até vir o dia em que vai retornar
E como criança a dizer:
Meu Pai, eu senti tanta saudade!

 

Música de Pe. Fábio de Melo

Eu e Jesus Eucarístico…

Ontem eu tive uma das mais lindas experiências da minha vida… Estava em um retiro com meu Grupo de Oração, Santíssima Trindade, e fui convidada a expor o Santíssimo, preparei o altar e em nenhum momento eu imaginava que por alguns instantes viveria o céu na terra e experimentaria um pouquinho do que os Santos Anjos do Senhor experimentam a todo momento.

Quando me ajoelhei ante o Senhor pude contemplar algo que jamais vi… a imensidão de Jesus. Naquela pequena branca hóstia vi um Deus tão imenso que quando olhava para mim me via tão pequenina e frágil e a minha frente um Deus forte e onipotente, mas ao mesmo tempo doce e inteiramente amor.

E como era lindo… era a face de Jesus que eu contemplava naquela Eucaristia, literalmente, uma face tão linda, tão linda que jamais poderei ver algo parecido e de tão imensa beleza.

Eu simplesmente calei, não conseguia dizer uma palavra. Ele olhava para mim, via meu interior e eu olhava para Ele sem cansar, e não havia mais nada e nem ninguém… ao  longe ouvia a oração que era ministrada, mas naquele momento era só eu e Ele. Amado com amada!

Ele me olhava e me amava, eu o olhava e não cansava de dizer: Como és lindo Senhor. No meu olhar eu queria retribuir todo aquele amor, mas não conseguia, era imenso, sem fim… e meu coração ardia por querer amá-lo mais e cada vez mais…

Nunca me senti tão sua esposa… Eu era só dEle e Ele só meu ali. Me vi experimentando o céu, em uma profunda e perpétua adoração, foi pouco tempo mas parecia horas, dias, e eu não me cansava. Éramos um só!

As pessoas ao final da adoração disseram nunca ter me visto com tal semblante, era como se estivesse em um profundo êxtase. Era um êxtase de amor…

E como eu O amo… A muito tempo não O sentia e ontem Ele quis que O sentisse novamente. Obrigado Senhor!! Jamais irei esquecer…

Tua mais indigna serva…

A traição é sem dúvida uma das piores dores que um coração pode sentir… Mas hoje experimento uma dor ainda maior, é a dor de ter traído o meu amor maior.

O pecado, por menor que seja, é trair o coração de Jesus, é responder com desamor todo o amor que Ele nos doou na Cruz.

O meu coração arde ao imaginar que posso ter traído e machucado o meu Deus.

Deus é infinitamente maior que eu, mas na sua infinitude quis achegar-se a mim e mais que isso, quis achegar-se a mim tornando-se pequeno, eu porém sendo tão pequena muitas vezes quero ser grande e me distancio dEle.

Ele sempre foi o meu Deus e eu me deixo levar pelos pecados. Ele sempre foi o meu amor e eu me perco entre outros caminhos.

Por que sou tão inconstante Senhor??

Jesus ao contrário é perfeição, é amor, é misericórdia, é TUDO que não consigo ser ainda… luto para um dia chegar mais perto de tamanha perfeição, sabendo que jamais a alcançarei na sua totalidade, pois Ele é infinito e eu… apenas um pequeno grão de areia, uma gotinha d’água no mar da sua misericórdia.

Mas como folha ao vento me lanço nestes braços amorosos, esperando na sua compaixão, porque onde estaria eu se não fosse o Teu amor Senhor??

Deus me entregou bem mais do que eu mereço
Talvez seja por isso
Que eu me cobre um pouco mais
Não que eu seja capaz
Mas, às vezes, é difícil
Nem sempre sei fazer, o bem que eu desejo
E, às vezes, eu me vejo
Me enganando sempre mais
Não que eu não queira acertar
Mas nem sempre é possível
Já me condeno tanto
Pelos erros que na vida eu cometi
Pelas vezes que eu não soube decidir
E assim, meu coração gritava
Desespero de quem ama
Coração, tu que estás dentro em meu peito
Me condenas desse jeito
E eu não sei por qual motivo
Se és divina voz em mim
Só te peço, por favor, eu sou humano
Não me condenes assim
Humano eu sou assim: virtudes e limites
Se agora me permites
Eu pretendo ser feliz
Sem prender-me ao que não fiz
Mas olhando o que é possível
A dor que, às vezes, vem
Me faz feliz também
Pois ela me recorda
O valor que tem a cruz
Quando a noite esconde a luz
Deus acende as estrelas

 

Música “Ao coração” Padre Fábio de Melo.